sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Joanna de Ângelis e a Psicologia Espírita - Jetro Barboza de Oliveira

Palestra do SER (Simpósio Espírita Regional) 2018, em Joinville-SC, da 6ª União Regional Espírita - FEC.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Cap. 39 - O Poder das Trevas

Centralizando-se a palestra no estudo das tentações, contou Jesus, sorridente:

— Um valoroso servidor do Pai movimentava-se, galhardamente, em populosa cidade de pecadores, com tamanho devotamento à fé e à caridade, que os Espíritos do Mal se impacientaram em contemplando tanta abnegação e desprendimento. Depois de lhe armarem os mais perigosos laços, sem resultado, enviaram um representante ao Gênio das Trevas, a fim de ouvi-lo a respeito.

“Um companheiro de consciência enegrecida recebeu a incumbência e partiu. O Grande Adversário escutou o caso atenciosamente e recomendou ao diabo menor que apresentasse sugestões.

O subordinado falou, com ênfase:

‘Não poderíamos despojá-lo de todos os bens?’

‘Isso, não – disse o perverso orientador –; para um servo dessa têmpera a perda dos recursos materiais é libertação. Encontraria, assim, mil meios diferentes para aumentar suas contribuições à Humanidade.’

‘Então, castigar-lhe-emos a família, dispersando-a e constrangendo-lhe os filhos a enchê-lo de opróbrio e ingratidão... – aventou o pequeno perturbador, reticencioso.’

O perseguidor maior, no entanto, emitiu gargalhada franca e objetou:

‘Não vês que, desse modo, se integraria facilmente com a família total que é a multidão?’

O embaixador, desapontado, acentuou:

‘Será talvez conveniente lhe flagelemos o corpo; crivá-lo-emos de feridas e aflições.’

‘Nada disso – acrescentou o gênio satânico –, ele acharia meios de afervorar-se na confiança e aproveitaria o ensejo para provocar a renovação íntima de muita gente, pelo exercício da paciência e da serenidade na dor.’

‘Movimentaremos a calúnia, a suspeita e o ódio gratuito dos outros contra ele!’ – clamou o emissário.

‘Para quê? – tomou o Espírito das Sombras – Transformar-se-ia num mártir, redentor de muitos. Valer-se-ia de toda perseguição para melhor engrandecer-se, diante do Céu.’

Exasperado, agora, o demônio menor aduziu:

‘Será, enfim, mais aconselhável que o assassinemos sem piedade...’

‘Que dizes? – redarguiu a Inteligência perversa – A morte ser-lhe-ia a mais doce bênção por reconduzi-lo às claridades do paraíso.’

E vendo que o aprendiz vencido se calava, humilde, o Adversário Maior fez expressivo movimento de olhos e aconselhou, loquaz:

‘Não sejas tolo. Volta e dize a esse homem que ele é um zero na Criação, que não passa de mesquinho verme desconhecido... Impõe-lhe o conhecimento da própria pequenez, a fim de que jamais se engrandeça, e verás...’

O enviado regressou satisfeito e pôs em prática o método recebido. Rodeou o valente servidor com pensamentos de desvalia, acerca de sua pretendida insignificância e desfechou-lhe perguntas mentais como estas:

‘como te atreves a admitir algum valor em tuas obras destinadas ao pó? Não te sentes simples joguete de paixões inferiores da carne? Não te envergonhas da animalidade que trazes no ser? Que pode um grão de areia perdido no deserto? Não te reconheces na posição de obscuro fragmento de lama?’.

O valoroso colaborador interrompeu as atividades que lhe diziam respeito e, depois de escutar longamente as perigosas insinuações, olvidou que a oliveira frondosa começa no grelo frágil e deitou-se, desalentado, no leito do desânimo e da humilhação, para despertar somente na hora em que a morte lhe descortinava o infinito da vida”.

Silenciou Jesus, contemplando a noite calma... Simão Pedro pronunciou uma prece sentida e os Apóstolos, em companhia dos demais, despediram-se, nessa noite, cismarentos e espantadiços.


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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

VONTADE - EMMANUEL

http://www.febeditora.com.br/departamentos/pensamento-e-vida/#.XHUbw_ZFzDc
Comparemos a mente humana — espelho vivo da consciência lúcida — a um grande escritório, subdividido em diversas seções de serviço. Aí possuímos o departamento do desejo, em que operam os propósitos e as aspirações, acalentando o estímulo ao trabalho; o departamento da inteligência, dilatando os patrimônios da evolução e da cultura; o departamento da imaginação, amealhando as riquezas do ideal e da sensibilidade; o departamento da memória, arquivando as súmulas da experiência, e outros, ainda, que definem os investimentos da alma. Acima de todos eles, porém, surge o gabinete da vontade. A vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os setores da ação mental. A divina Providência concedeu-a por auréola luminosa à razão, depois da laboriosa e multimilenária viagem do ser pelas províncias obscuras do instinto. Para considerar-lhe a importância, basta lembrar que ela é o leme de todos os tipos de força incorporados ao nosso conhecimento.
A eletricidade é energia dinâmica. O magnetismo é energia estática. O pensamento é força eletromagnética. Pensamento, eletricidade e magnetismo conjugam-se em todas as manifestações da vida universal, criando gravitação e afinidade, assimilação e desassimilação, nos campos múltiplos da forma que servem à romagem do espírito para as metas supremas, traçadas pelo Plano divino. A vontade, contudo, é o impacto determinante. Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da máquina. O cérebro é o dínamo que produz a energia mental, segundo a capacidade de reflexão que lhe é própria; no entanto, na vontade temos o controle que a dirige nesse ou naquele rumo, estabelecendo causas que comandam os problemas do destino. Sem ela, o desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos de reparação e sofrimento, a inteligência pode aprisionar-se na enxovia da criminalidade, a imaginação pode gerar perigosos monstros na sombra, e a memória, não obstante fiel à sua função de registradora, conforme a destinação que a natureza lhe assinala, pode cair em deplorável relaxamento. Só a vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do espírito. Em verdade, ela não consegue impedir a reflexão mental, quando se trate da conexão VONentre os semelhantes, porque a sintonia constitui lei inderrogável, mas pode impor o jugo da disciplina sobre os elementos que administra, de modo a mantê-los coesos na corrente do bem.

Fonte: 
Xavier, Francisco Cândido. Pensamento e Vida
FEB - Federação Espírita Brasileira. Edição do Kindle.